ASCES

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.asces.edu.br/handle/123456789/3239
Título: Sociedade Digital: desafios para a Fraternidade
Autor(es): VERONESE, Josiane Rose Petry
FONSECA, Reynaldo Soares da
ROSSETTO, Geralda Magella de Faria
OLIVEIRA, Olga Maria Boschi Aguiar de
Palavras-chave: Direito
Fraternidade
Sociedade digital
Data do documento: 2022
Editor: Asces
Resumo: A título de tecer os fios do tempo que traçam a trajetória da Fraternidade e, do modo como referida categoria segue promovida no espaço da presente obra, são eleitas as suas múltiplas possibilidades de leitura. Não ao acaso, nem tão pouco por meio de uma fórmula pronta, mas por meio do olhar e da percepção de cada um(a) do(a)s autores e autoras que estão a compor a presente obra, ora indicados na ordem em que estão distribuídos os respectivos artigos: Reynaldo Soares da Fonseca; Joana Ribeiro e Josiane Rose Petry Veronese; Olga Maria Boschi Aguiar de Oliveira e Perla Duarte Moraes; Geralda Magella de Faria Rossetto e Endy de Guimarães e Moraes; Stephanny Resende de Melo e Carlos Augusto Alcântara Machado; Rafaela Silva Brito e Eliana Maria de Souza Franco Teixeira; Cláudia Maria Carvalho Do Amaral Vieira e Luiz Gustavo Serafim Noveli Araujo; Marli Marlene Moraes da Costa e Nariel Diotto; Fabiano Hartmann Peixoto e João Sergio dos Santos Soares Pereira; Paulo de Freitas Campos Neto e Clara Cardoso Machado Jaborandy; Rosane Portella Wolff e Mayra Silveira. De forma a situar a Fraternidade e de conferir o seu veredicto contemporâneo, que está ao alcance da atual geração, convêm pensar em seus “gestos” anteriores, de linguagem, de história, de ficção e de narrativa, sobretudo, de presença e de um vir-a-ser, guiada pelos marcos das revoluções que atravessaram a história da humanidade, reconhecidas como revoluções cognitiva, agrícola e científico-tecnológica1. Na revolução biológica, a sua marca foi sem dúvida a cooperação; na revolução cognitiva sua característica principal foi encontrada na sociabilidade; enquanto que, na revolução científico-tecnológica, a sua identidade encontra-se centrada na comunicação e na conexão. Nesse sentido, Melinda Gates oferece uma lição primordial, “O objetivo supremo da humanidade não é a igualdade, e sim a conexão” (2019, p. 229)2. De outro modo, associada à Fraternidade, a revolução da tecnologia da informação que nos acolhe na atualidade, tem o dom e a capacidade de nos colocar em Redes, que segundo Castells “[...] constituem a nova morfologia social de nossas sociedades e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados [...] de experiência, poder e cultura” (2021, p. 553)3. É fato, na esfera do Ocidente, já estamos vivenciando a revolução da contemporaneidade, “nomeando seu principal traço quando a chamamos de revolução científico-tecnológica” (JONAS, 2017, p. 85), a qual “Tendo começado como um evento ´provincialmente´ europeu, ela se tornou agora global” (JONAS, 2017, p. 85)4 e se projeta para um novo mundo, urgente, em que já não é novidade o tema do hackeamento humano. Seja como for, é um erro comum pensar que a evolução da ciência e a evolução da tecnologia moderna andaram de mãos dadas5. Nesse sentido, a escola de pensamento que inaugura a Fraternidade, quando articulada na sociedade digital, está presente na percepção da tecnologia – de que tudo é construído - o que também remonta ao “tribunal” da história de que tudo é – ou pode ser – destruído e, bem por isso, segue importante pensar em uma Fraternidade que não foi dada, mas “participada”, mediante uma contribuição compartilhada coletivamente e de modo universal, verdadeiro testemunho da humanidade, longamente experimentada: pesquisas, testemunhos, experimentos, associações orais, poéticas e artísticas. Porém, com os estudos que prestam composição na presente obra, a categoria da Fraternidade segue retomada de acordo com a ideia de temporalidade e de interpretação da própria Fraternidade submetida aos cânones da contemporaneidade, com o propósito de vislumbrar uma tríplice cronologia em que não faltam muitos pontos de vistas, resultado de várias contribuições e de profícuos estudos, mas um só propósito, que é de estabelecer as principais premissas pertinentes ao tema que confere o título desta obra: “Sociedade Digital: desafios para a Fraternidade”. Os temas eleitos anunciam as inúmeras possibilidades de pesquisas levadas a termo, tais como: Democracia Fraternal, Privacidade e Proteção de Dados; Digital e o Acesso à Justiça; Marketing Digital e o Valor-Princípio Fraternidade; Proteção de Dados Pessoais na Pesquisa Científica; Algoritmos Raciais e o Retrocesso do ODS 10; Pós-Verdade e Fake News; Os Dados de Crianças e Adolescentes e o Princípio do Melhor Interesse da Criança; Violência Política contra as Mulheres nos Meios Digitais; As Diferenças Identitárias e o Colonialismo de Dados; A Implementação de Mecanismos de Inteligência Artificial; e, para encerrar, “Juízo 100% Digital” e Mediação. Philipe Raynaud revela um ponto de partida, de preparação e de desenvolvimento em torno dos símbolos das tecnociências, o qual convém ser incluído. Trata-se do impacto da tecnologia na Ciência e vice-versa: A questão fundamental - na qual a ética da técnica se desenvolve daqui para frente – torna-se a da articulação entre a evolução simbólica (o que também quer dizer afetiva e moral) e a evolução tecnobiofísica da humanidade; sua interação é constante, e o poder efetivo de intervenção auto-referida e consciente da humanidade numa e noutra não cessa de crescer enquanto cresce sua responsabilidade (2003, p. 666)6. Diante desse cenário que antecipa uma Fraternidade disposta em Redes, nasce o coração desta obra. Portanto, é preciso saudar os temas que estão chegando, tais como aqueles que dão conta da ética, da responsabilidade, da hermenêutica jurídica, e, sobretudo, da cultura da Fraternidade, dispostas a anunciar uma Fraternidade, dirigida a todos - verdadeiros “Candelabros acesos e luminosos!”7 - e solicitada a acolher um mundo em constante inovação, tocada pela virtualidade das dinâmicas tecnológicas. Portanto, esta obra tem o condão de estabelecer um compromisso que se reveste de condições e reconhecimento de uma Fraternidade intelectual por excelência, que precisa caminhar ao encontro de sua identidade, com a comunidade e com o atual estado e avanço das novas tecnologias na sociedade do século XXI.
URI: http://repositorio.asces.edu.br/handle/123456789/3239
ISBN: 978-65-88213-19-3
Aparece nas coleções:Sociedade Digital: desafios para a Fraternidade - Volume 01

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Sociedade Digital - Volume 01.pdf10,11 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.